sábado, 3 de julho de 2010

Uma Sereia que se perdera pelo caminho

No outro dia estava a cavalgar, na praia, quando vi, lá longe, uma cauda estranhíssima e então fui até lá. Ao aproximar-me comecei a ver que aquela cauda pertencia a uma sereia que estava magoada.
Cheguei perto dela e perguntei-lhe:
– Olá! O que tens?
Depois desta pergunta ela, assustada, disse:
– Eu… eu… fui atacada por um tubarão. Ele queria comer-me e eu comecei a fugir. Algum tempo depois, quando ele estava quase a apanhar-me, eu vim para a superfície e ele ferrou-me a cauda com os seus dentes afiados. Agora já não consigo nadar!
Ao ver isto levei-a para casa. Mas, como eu não tinha contado nada aos meus pais, tive de a esconder no meu quarto durante algum tempo. Depois comecei a pôr-lhe gesso na cauda para ver se a ferida passava. Mas não passou. Então eu perguntei-lhe se ela sabia o que a podia curar. Ela disse que sim, mas também disse que não sabia como se chamava a erva. Depois de ma descrever, lá percebi do que se tratava. Então ela pediu-me que lhe arranjasse dez pedaços dessa erva molhada, que isso ia curá-la e eu lá fui. Quando voltei ela disse-me:
– Nós ainda não nos apresentámos.
– Pois não – respondi eu.
Ela é que começou a apresentar-se e disse que o seu nome era Leonor e que tinha dez anos de idade. Depois fui eu que me apresentei. Disse-lhe que me chamava Rita e, curiosamente, também tinha dez anos de idade. No dia seguinte ela já estava muitíssimo bem e eu voltei a levá-la para onde ela estava. Antes de ir embora, ela deu-me um colar que dava muita sorte.
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Rita Guimarães (E.B. de Vila Praia de Âncora)

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