terça-feira, 30 de março de 2010

Impressões II

Podem escolher uma das seguintes propostas: vamos olhar para a imagem e registar o que ela nos faz sentir... ou então vamo-nos inspirar nela para escrever um pequeno texto. A Beatriz imaginou a situação que se segue.


A escritora

Há duas semanas conheci uma menina chamada Beatriz, com cabelos castanhos, como o tronco de uma árvore, que gosta muito de ler e de escrever. Ela escreve livros para adultos e adolescentes: romances com personagens românticas, por vezes com final feliz, outras vezes não (os protagonistas nem sempre ficam juntos no fim). Ela gosta de ler livros de aventura. Lê muito: em casa, na rua, no café… E tem muitos amigos. É escritora e publica livros que toda a gente gosta de ler.
Eu sei que é segredo, mas ela tem um namorado chamado Gonçalo que também adora ler e escrever. Ele escreve livros para adultos, adolescentes e crianças: aventuras com personagens aventureiras. As histórias dele são muito divertidas, mas também cheias de mistério… e por vezes assustadoras. Ele é muito aventureiro e às vezes vive as aventuras que depois conta nos seus livros. Ele adora ler os livros que a Beatriz escreve. E ele também publica livros para toda a gente que gosta de ler. Também ele lê em casa, na rua, no café…
Faltava pouco tempo para o aniversário da Beatriz. Ele pensou e pensou, demoradamente, no que lhe faria ou daria de presente. Até que teve uma ideia: vestir-se todo ele cheio de letras. Foi à costureira Sofia para lhe fazer um fato cheio de letras e para depois fazer uma surpresa à Beatriz.
Passou uma semana e o fato já estava pronto. Foi vesti-lo rapidamente para lhe fazer a surpresa. E ela apareceu.
– SURPRESA! – gritou Gonçalo.
– Que giro, que surpresa maravilhosa! – disse a Beatriz espantada.
Ela abraçou-o com tanta força…

Beatriz Fão Caçador, 5ºB (E.B. Vila Praia de Âncora)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Invasão ao castelo e à cidade de Guimarães

D. Afonso Henriques soube que no dia 25 de Fevereiro fomos ao seu castelo de Guimarães. O problema é que ele não percebeu muito bem quem lá foi e quais eram as suas intenções, considerou que se tratou de uma invasão e, por isso, solicitou informações sobre o sucedido, como se pode ler na seguinte mensagem:

«Caro amigo,
É o teu Rei que te fala. No passado dia 25 de Fevereiro, encontrando-me eu numa batalha contra os muçulmanos, lá para as terras a Sul do Mondego, um exército desconhecido, oriundo de Vila Praia de Âncora, invadiu a minha cidade de Guimarães; e parece que os seus guerreiros até chegaram a entrar no meu castelo, onde se passearam com grande à vontade.
Já pedi um relatório completo ao meu alferes. Quero saber quem cá esteve, o que veio cá fazer e que informações conseguiram recolher… Se souberes de alguma coisa sobre esta “invasão” envia toda a informação. É um assunto da maior importância para o Reino…»

Como vês, o melhor é esclarecermos o nosso Rei sobre o que realmente aconteceu. Proponho-te que faças um relatório completo sobre a nossa visita…


Riba de Âncora, 28 de Fevereiro de 2010

Sua alteza, D. Afonso Henriques

É verdade que no passado dia 25 de Fevereiro, um exército oriundo de Vila Praia de Âncora, constítuIdo pelas turmas A, B, C e D do 5º ano da Escola Básica de Vila Praia de Âncora, acompanhado pelos respectivos professores, invadiu a cidade de Guimarães. No entanto, esta invasão foi uma invasão pacífica.
Durante a estadia em Guimarães visitaram vários pontos de interesse histórico:
- Castelo de Guimarães
- Paço dos Duques
- Museu Alberto Sampaio
Também tiveram alguns momentos de lazer e aventura, entre os quais:
- Teatro de marionetas
- Peddy-paper na Praça da Oliveira
Em todos os locais visitados puderam adquirir conhecimentos e “documentos” sobre a história de Portugal.
Com esta visita à cidade de Guimarães e com as explicações dos professores e de alguns guias, penso que todos os guerreiros ficaram a conhecer melhor a origem da nossa pátria, que é Portugal.
Saudações do seu alferes.
Ricardo António Barroso da Costa, n. 17, 5. B


Exmo. Senhor Rei
D. Afonso Henriques

Peço imensa desculpa pela invasão, mas a curiosidade foi mais forte. Nas minhas pesquisas descobri que o senhor não foi o 1º dono deste castelo, mas sim a Condessa Mumadona Dias (c. 900-968), que, por volta de 950-951, fundou um mosteiro (Mosteiro de São Mamede ou Mosteiro de Guimarães) onde, mais tarde, professou (entrou como freira). Então, para a protecção deste mosteiro e das suas gentes, entre 959 e 968, mandou construir um castelo (Castelo de Guimarães), à sombra do qual se desenvolveu o burgo de Guimarães, vindo a ser sede da corte dos condes de Portucale. Posteriormente este condado foi dado por D. Afonso VI a D. Teresa e D. Henrique, os quais vieram para aqui viver, tendo depois nascido aqui o seu filho D. Afonso Henriques, o meu Rei, o senhor. Este castelo tem o desenho de um escudo guerreiro, o escudo que aparece nas armas nacionais. Foi muito interessante conhecer a sua história. Não levei para casa nenhum objecto do vosso castelo, mas comprei um livro sobre castelos no Paço dos Duques.
Até breve.
Diogo Brás, um soldado (nº 4, 5ºB).

Vila Praia de Âncora, 7 de Março de 2010

Meu Rei

Venho através desta humilde carta dizer-vos que no passado dia 25 de Fevereiro de 2010 houve uma invasão no vosso território, feita pelo povo de Vila Praia de Âncora, mas desde já quero esclarecer que foi uma invasão meramente pacífica.
O objectivo da nossa invasão, se é que se pode chamar invasão a uma simples visita de estudo, foi observar todo o esplendor do vosso castelo e do Paço dos Duques, mandado construir, mais tarde, pelo duque de Bragança. Na nossa visita de estudo, se me permite utilizar este termo mais simpático, também assistimos a um teatro de marionetas, cujo tema era a vossa vida desde criança até adulto.
Para encerrar a nossa visita com chave de ouro fizemos um peddy-paper com o tema “à procura da Praça da Oliveira”.
O vosso humilde servo,
Ulisses Araújo

terça-feira, 23 de março de 2010

Impressões I

Podem escolher uma das seguintes propostas: vamos olhar para a imagem e registar o que ela nos faz sentir... ou então vamo-nos inspirar nela para escrever um pequeno texto.

Era uma vez uma menina chamada Mafalda, alta, com olhos acinzentados e cabelos compridos e castanhos. Ela adorava a escrita, razão pela qual a sua vida era passada em redor das letras. Como já tinha acabado a escola queria escolher um emprego em que tivesse letras, em que fosse preciso escrever com aquele entusiasmo com que ela escrevia, com aquele amor... enfim, não existem palavras para descrever o que ela sentia. Como também gostava de ler pegou no jornal e viu que havia uma vaga para o cargo de jornalista; e assim, no dia seguinte, foi fazer uma candidatura ao lugar. Dois dias depois telefonaram lá para casa e a Mafalda, muito feliz, não parava de andar aos saltinhos como uma criança de dez anos.
No dia seguinte lá foi para o emprego e adorou ficar naquele lugar; fez amigos de trabalho e tudo, mas a Mafalda não conseguia ver nos seus colegas aquele amor, aquele entusiasmo que ela tinha. E assim, a cada dia que passava, abraçava-se cada vez mais às letras.
Como ela as amava, queria ajudar os seus amigos a abraçá-las também, a amá-las e a ficarem cada vez mais entusiasmados com elas; e assim foi: todos os dias ensinava uma lição aos amigos sobre as letras. Ao fim de vinte dias, os amigos tinham aprendido quase tudo, mas para dizer a verdade o amor pelas letras não nasce em vinte dias, cultiva-se ao longo de muitos anos.


Sofia Alves, 5.º B (E.B. Vila Praia de Âncora)

Texto Colectivo

Naquele dia o ar estava gélido e o vento soprava em redor da aldeia. Ouvia-se o uivar dos lobos entre os muros e passos sobre a neve.
Margarida era alta, tinha cabelos encaracolados como as ondas do mar e olhos verdes como esmeraldas. Todos os dias subia a montanha íngreme, com as mãos dormentes, para chegar a casa. Caminhava sozinha, vencendo o medo na companhia do seu cão Max.(1)
Max era um cão muito bonito, branco como a neve, e muito brincalhão também. Sempre que Margarida subia aquela montanha íngreme, Max tentava animá-la, para que não lhe custasse tanto.
Assim que começava a ver a sua casa, lá ao longe, Margarida parecia ganhar um novo ânimo e o seu companheiro de caminhada saltitava de felicidade, à volta das suas pernas, esquecendo o cansaço.(2)
Margarida subiu a montanha, uma vez mais, com o seu fiel cão. Estava toda satisfeita porque no mercado comprou a mercearia que a sua mãe lhe pedira e ainda sobrou dinheiro para umas bolachas tão crocantes e tão saborosas que nem pensou duas vezes… comprou e mais nada.
Chegaram, finalmente, ao cume da montanha íngreme e entraram em casa.
– Mãe, cheguei! – gritou a Margarida. – As compras estão em cima da mesa.
A mãe respondeu:
– Ok querida, podes ir brincar.(3)
Margarida foi brincar com o Max, que estava muito entusiasmado, porque depois daquela longa caminhada sabia bem ir brincar um bocado. A menina começou por atirar um pau ao Max para ele o ir buscar, só que, por vezes, Max não o fazia… em vez disso saltava, alegremente, para cima de Margarida. E Margarida caía... e ambos, um sobre o outro, desatavam a rebolar na gélida neve. (4)
A determinada altura, Margarida voltou a atirar o pau com toda a sua força e Max começou a correr procurando-o no meio dos arbustos. Passados dez minutos, como achou estranho Max ainda não ter aparecido, Margarida decidiu ir procurá-lo e acabou por se perder. Estava um frio tremendo e, em pouco tempo, Margarida encontrou-se debaixo de um forte nevão, sem ter um abrigo seguro para se proteger. A sua mãe estranhou a demora e ficou preocupada… (5) A mãe procurou-a por todo o lado e, à medida que se ia apercebendo que Margarida estava desaparecida, a sua preocupação aumentou e começou a sentir-se mal.
Margarida só pensava em sair dali e nem reparou que, por vezes, tinha um pouco de rede no telemóvel e que, entretanto, tinha recebido uma mensagem. Só quando ouviu o sinal sonoro de uma segunda mensagem é que notou que as tinha recebido e foi logo ver. A primeira mensagem dizia que a sua mãe tinha tido um enfarte, por se ter preocupado, e que estava no hospital.
A segunda mensagem dizia que a sua mãe tinha cancro no Colo do Útero. Margarida começou a pensar: "E agora, o é que eu vou fazer? Primeiro tenho de sair daqui e depois tenho de ir ver a minha mãe". Pensou, pensou, até que decidiu: "Já sei o que tenho de fazer. Tenho de assobiar e o Max vem buscar-me". Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuu! "Agora só tenho que esperar!"
Passaram alguns minutos até que Margarida ouviu algo. "Será que é o Max?", pensou ela. Não, era só o vento.
Passaram dois minutos e, por fim, Margarida vê uma pata a enfiar-se na neve. Agora sim... era o Max! Margarida começou a dizer:
– Escava Max, escava!
Max, ao ouvi-la, começou logo a escavar mais depressa e a abanar a cauda.
Num instante Margarida e Max estavam no hospital. O médico disse que o enfarte tinha sido só um susto, mas ainda teriam de falar sobre o cancro. A mãe de Margarida precisava de alguém que a ajudasse no dia-a-dia. (6)
Então, Margarida procura um médico para saber mais informações sobre o cancro da mãe. Assim que o encontrou, ele disse-lhe:
– Senta-te aqui ao meu lado que eu vou dizer-te o que é que a tua mãe vai ter de fazer para recuperar.
– Está bem – respondeu ela.
– Por agora ela vai ter de ser ligada às máquinas. Mas não te preocupes, porque vai correr tudo bem.
– Está bem – repetiu Margarida preocupada. Na verdade, não conseguia pensar em mais nada para dizer. Faltavam-lhe as palavras. O médico afagou o braço de Margarida e afastou-se devagar. Margarida dirigiu-se lentamente ao quarto da mãe e disse-lhe:
– Agora tenho de ir para casa, volto amanhã bem cedo.
Margarida subia aquela montanha gélida, muito triste, mas, como sempre, Max tentava animá-la com as suas brincadeiras.
– Ufa! Finalmente cheguei a casa. Que dia! Estou completamente cansada.
Margarida comeu e foi-se deitar. (7)

(1) Sofia Alves; (2) Miguel Amorim; (3) João Fão; (4) Ulisses Araújo; (5) José Araújo; (6) Eduardo; (7) Beatriz.
(A Beatriz cumpriu a sua parte. E agora, alguém quer continuar o texto? Só tem de escrever e mandar para o e-mail do costume...)