sábado, 3 de abril de 2010

Nunca imaginei...

Uma vez estava eu na praia, sozinho, a brincar com conchas, quando vi uma cauda a bater numa rocha. Por momentos pensei que fosse um peixe, mas ouvi uma voz límpida, aguda e suave a gritar:
– Ajuda-me, ajuda-me, ajuda-me!
Eu pensei logo: “será, será que…”. Sim, era uma sereia, em plena praia… Fui a correr e vi que ela tinha um ferimento enorme na sua cauda. Lembrei-me que minha mãe me tinha dito como se curavam os peixes. Curavam-se com uma ou mais algas, caso o ferimento fosse grave. Peguei numa alga grossa e pu-la em cima da sua ferida; enquanto a ferida passava eu perguntei:
– Como te chamas? E como vieste aqui parar?
E ela respondeu:
– Chamo-me Solta e vim de Bikini Bottom. O meu pai, Neptuno, expulsou-me do seu palácio porque eu não queria casar com o Caranguejo. O meu pai queria casar com a Medusa e queria que casássemos os dois ao mesmo tempo.
– Que azar – disse eu.
– Ajuda-me a encontrar uma casa onde possa viver o resto da minha vida – pediu-me ela.
– Mas como é que eu vou sem me afogar? – perguntei.
E ela respondeu:
– Quem ajuda uma sereia pode estar debaixo de água três horas.
Nós encontrámos uma casa para ela e ela veio visitar-me todos os dias à mesma hora.
José Araújo, 5.º B (E. B. Vila Praia de Âncora)

1 comentário: