– Se me vens bater, como todos os outros, mata-me de uma vez! Seria tudo muito mais fácil, menos doloroso. Se vocês querem vingar-se da raiva que tenho por aquele homem maléfico, matem-me!
O cavaleiro, comovido com as palavras da jovem, disse-lhe:
– Calma! Não te quero bater, muito menos matar. Como é que eu conseguiria matar uma jovem tão bela, como tu?
Ela afastou o olhar e respondeu-lhe:
– Não acredito!
– Acredita! – retorquiu o cavaleiro. – Eu sou um homem de palavra.
Ela olhou-o fixamente e disse com um sorriso:
– Sabes, eu tenho um dom, consigo sentir o palpitar do coração das pessoas e perceber o seu sentimento. O teu, por exemplo, é o sentimento do Amor, está perdidamente apaixonado por alguém.
– Sim, é por ti! – sussurrou o cavaleiro.
Os olhos dela brilhavam cada vez mais e, num gesto lento, beijaram-se suavemente. A partir daquele dia qualquer pessoa que ouvisse esta lenda conseguiria sentir o Amor eterno daqueles dois.
Cristiana Lima, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)
[recriação do encontro do cavaleiro e da menina, na Lenda da Boca do Inferno, de José Viale Moutinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário