Encontrando-me entre a multidão, mais parecia estar a assistir a uma missa, junto a uma ermida. Olhando melhor consegui distinguir o que para mim seriam membros da realeza, o que me levou a crer que seria uma cerimónia muito importante. Ao fim de algum tempo comecei a conseguir entender o português que ali se falava; uma das coisas que mais se ouvia entre a multidão era o nome de Pedro Álvares Cabral: “Viva Pedro Álvares Cabral”.
Foi então que tudo se clarificou na minha mente, estava em finais do século XV, na cerimónia da partida da armada portuguesa que se iria dirigir à Índia, comandado pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral.
De onde eu me encontrava, ao fundo, via um rio bastante largo que, suponho, seria o Tejo. E lá estavam muitas embarcações. Conseguia distinguir nove naus, três caravelas, uma naveta e outras pequenas embarcações à volta.
De repente a multidão começou a movimentar-se no sentido do rio e eu perguntei a um homem para onde se dirigiam:
– Para onde vão todos?
– Vamos à doca, menina, ver a partida das nossas naus, que, se Deus quiser, chegarão à Índia.
E eu acompanhei a multidão até às docas. No caminho perguntei a uma senhora com um aspecto distinto, muito elegante:
– Que dia é hoje, minha senhora?
– Nove de Março de 1500.
– Muito obrigada, minha senhora.
– De nada.
Estava um lindo final de tarde com um pôr de sol maravilhoso. As naus pareciam navegar lentamente em direcção ao sol e, de repente, o brilho tornou-se tão forte que, por momentos, tive de fechar os olhos. Quando os abri apercebi-me que estava de novo no meu quarto e era como se nada disso se tivesse passado.
Soraia Gravato, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)
Espectacular!!
ResponderEliminarParabéns Soraia DMV
estava inspirada nesse dia
ResponderEliminarQue lindo *-*
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