quarta-feira, 30 de março de 2011

O Anjo Selvagem

Abri os olhos
E chorei…

Em meu redor
As árvores nuas abanavam suavemente…

O meu corpo gélido
Predominava naquela floresta…

E a minha tristeza dizia-me algo
Que até hoje, ainda não consegui
Decifrar…

Nani-Pequena, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

E se de repente caíssemos no século XV... [do Eduardo]

Certo dia acordei sentindo que algo me iria acontecer. Vesti-me e fui ter com os meus amigos, para lhes explicar a situação, pois nunca me tinha acontecido algo semelhante. Depois de lhes explicar tudo fomos passear. Andámos, andámos, até que fomos ter a uma casa abandonada.
– Mas que lugar é este? – questionou a Johanna.
Com algum receio entrámos e demos de caras com um laboratório cheio de coisas assustadoras e maléficas. De repente, quando estávamos a investigar, apareceu um cientista que nos começou a empurrar… e depois de muitos empurrões para aqui e para ali, entrámos numa estranha máquina. Subitamente, sem percebermos como, fomos parar ao século XV. Tudo era diferente, mas nós nem imaginávamos o que nos esperava.
– Mas onde é que estamos? – perguntou o João.
– Eu não sei! – respondeu-lhe o Ulisses.
Andámos tanto que fomos ter ao castelo, onde o rei nos recebeu e nos elevou a todos à categoria de nobres. Os anos foram passando e, assim, acabámos por participar na conquista de Ceuta. Mais tarde soubemos que marinheiros portugueses chegaram aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, que, após muitas tentativas, Gil Eanes conseguiu passar o Cabo Bojador e que novas terras foram depois descobertas na costa africana. Para grande pena de alguns, D. Henrique morre, estávamos no ano de 1460 e nós já tínhamos quase sessenta anos de idade. Nessa altura já se conhecia a costa ocidental africana até à Serra Leoa, Fernão Gomes conseguiu chegar ao Cabo de Santa Catarina e, com os anos a passar, ainda me informaram que conseguimos dobrar o Cabo das Tormentas, que depois se veio a chamar Cabo da Boa Esperança, e que Cristóvão Colombo, ao comando dos reis de Espanha, descobriu a América, dando origem à assinatura do Tratado de Tordesilhas.
Infelizmente, quase um século depois, estando nós já muito velhinhos, não pudemos presenciar a chegada de Vasco da Gama a Calecute, na Índia, nem a de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
A verdade é que as aventuras pararam por aí, uma vez que nós, sem nos apercebermos como, voltámos ao nosso tempo, novamente jovens, pois os anos que passámos no século XV equivaleram a zero segundos no tempo actual.

Eduardo Novo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

segunda-feira, 28 de março de 2011

O meu sítio especial

À minha frente o mar está calmo, espalhando-se até ao horizonte... Aqui, do alto da montanha, ouço o chilrear dos pássaros e sinto o vento a bater-me na cara enquanto admiro o brilhante e deslumbrante sol. Já sinto o cheiro dos milhares de pinheiros que estão do meu lado esquerdo. Atrás de mim tenho uma cruz, sim... uma cruz, e ao olhar para ela é como se o tempo parasse, e eu pudesse contemplar tudo durante horas... Agora, na minha mão esquerda, admiro uma maçã bem vermelha. Tem um óptimo aspecto, e o seu cheiro... nem vos digo nem vos conto. Vou dar a primeira dentada, "hum...", está tão suculenta! Vou-a trincando aos poucos...
Ao meu lado direito, quer dizer, entre a minha frente e o meu lado direito encontra-se a Ínsua. A Ínsua é uma pequena ilha que se situa na foz do Rio Minho, onde existe um forte e um antigo convento que eu um dia gostaria de visitar. Como vêem, este sítio é especial, traz boas vibrações e faz-nos sentir únicos, como só uma pessoa se sabe sentir, pois com esta imensidão sinto-me a rainha do mar...
.....
Moledo, 19 de Março de 2011
Sofia Alves, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

O mundo no teu olhar

Vejo o sol e o mar nos teus olhos
Fixos em mim.

O calor do teu olhar
Faz o meu coração bater
Ao ritmo do vento.

O teu olhar suave e quente,
Faz o meu sangue fervilhar
Em todo o corpo.

Tento dizer-te «AMO-TE»,
Mas… é difícil.
Pois dos meus olhos só caem
Lágrimas de amor.

Ana Cláudia Lourenço Sousa, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

No meio da escuridão…


Lá estava eu sentada,
No meio daquela escuridão…

Olho em meu redor
E vejo solidão.

Mas lá no fundo, bem lá no fundo,
Sinto uma grande dor no coração…

Tento voar,
Mas as minhas asas não têm forças…

Tenho medo do que possa acontecer,
Por favor, alguém me venha socorrer.

Soraia Gravato, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Amor

Amor é alegria,
Uma canção,
E está sempre no coração.

Pode ser um pássaro,
Um avião,
Até mesmo um xi-coração.

O amor é a essência da vida,
Que nunca mais será esquecida…

Ricardo Costa, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Chegou o Inverno

Chegou o Inverno
Sinto o frio nas minhas mãos
As montanhas têm cobertores brancos
E as árvores, que vestem folhas pintadas de igual cor,
Acolhem esquilos, grandes e pequenos,
Nos seus troncos esburacados.

Um céu azul
Em que tudo se vê nitidamente.
Com os pássaros longe
Reina a tranquilidade neste mundo.

Rita Guimarães, 6.º B
(E.B. de Vila Praia de Âncora)

domingo, 27 de março de 2011

O meu jardim

À minha volta a paisagem é verde, pois há muitas árvores, e como estamos na Primavera, as flores começam a florir e as árvores a crescer. Viro-me para o meu lado esquerdo e vejo fartas oliveiras com pequenas azeitonas, que talvez sejam utilizadas para fazer azeite. Enquanto olho para a minha frente os meus olhos prendem-se nas cores das pequenas laranjas, entre as folhas das laranjeiras. Como o dia está quase a acabar, comecei a espreitar para o meu lado direito e vi belíssimas flores brancas, cor-de-rosa e amarelas. Por trás de mim, um grande monte, quase sem árvores, mas mesmo assim é um monte verde. Pego na última maçã da minha macieira, observo-a e reparo que é macia, com uma cor avermelhada que me desperta a atenção. O vento sopra de uma forma gélida que agita o meu cabelo, fazendo pequenas ondas que me lembram o mar. Começo a comer a maçã de uma forma lenta e consigo sentir todos os sabores do mundo em cada dentada. Olhando pelo canto do olho, vislumbro uma igreja que me faz chorar, criando um oceano de lágrimas…

Rita Guimarães, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

O beijo

O beijo é…
O significado do amor
Com a paixão pode-se sentir
Dor
Ódio

Um beijo de verdade
É sentido lá no fundo
No coração…

Existem vários tipos de sentimentos
A amizade
O amor
A estima
A consolação

Sente-se se uma pessoa é meiga
Pelo beijo
Pela ternura
E pelo afecto

O beijo é uma esperança
De amor…

José Araújo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

sexta-feira, 25 de março de 2011

O anjo da tristeza

O horror da tristeza
dá vida ao medo...
do qual nasce a escuridão
que isola, até, a mais calma das paisagens...

Diogo Lourenço, 6.º B
(E.B. de Vila Praia de Âncora)

O Deserto

O deserto,
Um enorme espaço,
Árido e agreste,
Onde a vida
Não existe.

Um sítio
Onde só há
Areia, areia, e mais areia.
A vida não sobrevive
Neste lugar devoluto.
.
Ulisses Araújo, 6.ºB (E.B. de Vila Praia de Âncora)

O Tempo

O tempo parou.

Acabou, foi de vez!
Já não há nada que o faça voltar atrás
Nada nem ninguém o pode impedir,
De parar, e parar o mundo.

Seja alguém atrevido o suficiente para questionar o tempo.
Ai de quem o questionar!…
Ninguém, mas mesmo ninguém terá esse prazer.

O tempo não é apenas um relógio
Que roda e roda horas sem fim.

O tempo é uma vida…

Cristiana Lima, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Minha Aldeia

Estamos na Primavera. O ambiente estava calmo e descontraído, via as ovelhas na leira a alimentar-se, ouvia-se o chilrear dos pássaros e sentia-se aquele cheirinho a Primavera, tão bom! Nenhuma árvore se encontrava nua, todas elas erguiam belos vestidos como as rainhas levavam para os bailes. A brisa que passava pelo céu tão azul fazia o meu coração vibrar.
Eu estava encurralada por coisas belas que anunciavam a Primavera. Parecia o paraíso. As leiras estavam completamente verdes, de tal forma que parecia que os olhos das ovelhas brilhavam como o sol radiante que nascera naquele dia.
Eu ia começar a saborear uma pêra amarelinha e grandinha. Conforme a trinquei deu logo para perceber que era gostosa e suculenta… Eu saboreava aquela pêra como nunca tinha saboreado mais nada neste mundo. É um sinal para nos alertar que se não poluirmos o ambiente muitas outras coisas como esta poderão nascer…

Cristiana Lima, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Da varanda de minha casa

Da varanda de minha casa, vê-se uma bela paisagem: as dunas do caldeirão, o rio Âncora e a sua foz, o parque, a ponte da praia (depois da linha do comboio), a marginal que acompanha o rio até à foz e também um campo de futebol.
A minha mãe diz que, antigamente, na parte das dunas (antigos caldeirões), era um espectáculo para aprender a nadar, só que hoje está cheio de junco! Em frente aos caldeirões, na outra margem do rio Âncora, vejo diariamente bandos de patos selvagens e garças, e até já foram vistas lontras. Ou seja, aquilo mantém-se um paraíso, excepto no Verão, época em que há muitas pessoas a navegar no rio e assustam qualquer animal!
O rio é muito engraçado: há alturas que é largo, grande, bate com a espuma na junqueira, ali perto dos caldeirões, quando a maré sobe e o mar anda revolto; outras vezes o rio parece que sumiu e fica só um fio no caudal, quando a maré está vaza…
E ainda vejo o parque, que ao domingo se enche com muitos meninos. Quando o tempo está bom, os pais fazem passeios, caminhadas, correm e andam de bicicleta com os filhos, porque há uma pista de ciclismo.
Há também um campo de futebol não muito grande, que se enche mais aos fins-de-semana, com os pais e filhos. No Verão é um pouco chato porque muitas vezes é meia-noite e ainda estão a jogar, e o meu quarto tem a varanda virada para esse sítio!
E para finalizar tenho a linha de comboio quase dentro da minha varanda, diferença de cinco metros, mas quando passa o comboio de mercadorias parece que me entra pelo quarto. De certeza que ninguém tem uma paisagem tão singular como a minha…
Mas é uma paisagem deveras lindíssima, onde, sem limites, a visão nos leva, ao fim da tarde, até ao pôr-do-sol, muitas das vezes magnífico… Se quiserem apreciar, venham vê-la.

Diogo Brás, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Descrição da Johanna

Neste mesmo momento estou a pegar numa maçã. Ela tem a casca macia. A seguir levo-a lentamente à boca e saboreio o seu sumo: é doce como o mel.
No sítio em que me encontro há plantas diversas e existe um riacho perto de mim, que corre vagaroso sobre as pedras. Ouço os pássaros a chilrear e as andorinhas a chegar. Existe ainda uma palmeira, rodeada de relva verde. Sinto uma brisa que corre nos meus braços e na cara.
Passam por aqui as pessoas para irem trabalhar para os seus campos e para irem apanhar o calor da Primavera e, enquanto os vejo, agrada-me sentir o cheiro do eucalipto.
Este sítio é muito especial para mim porque gosto bastante da Natureza e é aqui que contacto com alguns animais. E gosto ainda mais dele porque aqui perto costuma estar um cavalo…

Johanna dos Santos, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Nas margens do rio Âncora

É um sítio calmo onde se ouve a água a correr e o chilrear dos pássaros, e não se vê poluição.
Existem árvores de várias espécies, como carvalhos, mimosas, loureiros, eucaliptos e outras árvores ribeirinhas.
As águas do rio são límpidas e fazem bastante barulho.
Estou sentado num muro de uma fonte muito antiga, do ano de 1958, restaurada recentemente. Do meu lado direito vejo árvores e uma cascata. Do meu lado esquerdo vejo uma margem do rio e as águas a correrem rapidamente. Olhando em frente vejo a outra margem e, por entre as árvores, consigo vislumbrar algumas casas. Por trás de mim estende-se um campo todo verde, coberto de ervas e salpicado com flores silvestres amarelas, roxas e brancas.
Está um dia maravilhoso, cheio de sol, agradável, um dia de Primavera. Com este sol até me apetecia tomar banho no rio. Gosto muito deste lugar e no Verão costumo vir cá dar um mergulho no final do dia.

José Diogo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

E se de repente caíssemos no século XV... [da Marisa]

Eu e a minha turma estávamos a ter uma aula de História e Geografia de Portugal com o professor Luís Rêpas, sobre o século XV. Estive a imaginar como seria se fôssemos nós (a minha turma, eu e o professor) a viver nesse século. Imaginei, imaginei, imaginei, até que consegui chegar a algum lado.
Então foi assim. Caímos dentro de um castelo, num enorme salão. Olhámos à nossa volta e vimos, ao fundo, uma tela pintada que, em baixo, tinha um letreiro que dizia: “Edmund of Langley – 1.º Duque de York”. Ele era inglês, de Inglaterra. Depois dessa descoberta, silenciosamente, abrimos a porta e saímos desse salão. Encontrámo-nos num enorme corredor, com um compridíssimo tapete vermelho e dourado. Nas paredes, uns quadros e uns espelhos com as molduras revestidas a ouro. Não estava ninguém no corredor. De seguida passámos para uma linda varanda. Estávamos em Kings Langley, no verdejante condado de Hertfordshire. Encontrámos então uma pessoa, o próprio Edmund of Langley. Cumprimentámo-lo e apresentámo-nos. Olhámo-lo de alto a baixo, estranhando as suas vestes. Perguntámos-lhe se estaríamos no século XV e ele disse que sim.
– Como é que viemos aqui parar? – perguntou a Rita.
– Eu não sei, mas vamos aproveitar este dia porque é o meu aniversário e assim já posso dizer que fiz anos em 1402 – respondi eu.
– Também acho – respondeu a Beatriz.
Íamos todos em direcção do salão, mas, mal virámos as costas, ouvimos um barulho estranho. Era Edmund of Langley. Estava a morrer. Tocámos rapidamente o sino e vieram cinco homens buscá-lo, mas já era tarde demais. Tinha falecido. Estávamos no dia 1 de Agosto de 1402 e Edmund of Langley contava sesenta e um anos de idade.
– Lamentamos muito a morte de Edmund of Langley – suspirou o professor Luís Rêpas junto dos seus familiares.
Sepultaram o corpo de Edmund of Langley no cemitério. Atirámos flores.
No fim do funeral, para afastarmos a tristeza, pedimos para usar o salão. Eles deixaram. Começámos a colocar a comida em cima das mesas, depois as decorações e, por fim, arranjámos músicos. Dançámos, comemos e divertimo-nos a valer. Mas quando ouvi arrastar as cadeiras reparei que era para sair da aula. E assim acaba a minha imaginação, por hoje.

Marisa Esteves, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

terça-feira, 22 de março de 2011

O rio Âncora

Estou sentado precisamente onde outrora existiu uma ponte de madeira que, quando o rio enchia, se soltava de um só lado (o lado esquerdo), o que evitava que se partisse. Aqui sente-se uma brisa suave e leve e ouve-se o cantar da água, o chilrear dos pássaros e as folhas a baterem umas nas outras.
O sol está radiante e incide na água, o que origina pequenos desenhos brilhantes. À minha frente vejo uma pequena ilha coberta com um manto verde, de onde despontam vários tipos de plantas, incluindo fetos, e ao seu redor umas plantas aquáticas muito floridas. Na margem direita existem várias austrálias, mas os salgueiros ainda predominam na paisagem. No meu entender, são estas árvores que não deixam o rio destruir as margens.
Também consigo ver algumas espécies de animais aquáticos, como a truta e uns bichos que flutuam na água, cujo nome não sei. Ao contrário destes animais, hoje não consigo ver lontras, pois estão muito escondidas. A água está fria, os salgueiros são um pouco ásperos e as austrálias também, embora um pouco menos do que os salgueiros.
É um rio muito bonito… e não poluído, felizmente.

José Araújo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

O meu quintal

No meu quintal sinto o cheiro à Primavera, o aroma das flores a desabrochar, e ouço os pássaros a chilrear, o meu cão a ladrar e as galinhas a cacarejar.
Os ramos da minha laranjeira estão carregados de laranjas, algumas maduras e outras verdes, mas mesmo assim mantêm o olfacto apurado. O jardim está a florescer, as abelhas começam a aparecer e a Primavera chegou. Com este calor apetece-me saborear um fruto fresco… vou à laranjeira, pego numa laranja, cheiro-a e parece-me ser adocicada… até que chegou o momento de a provar. Provo-a e está doce como o mel, e muito sumarenta, perfeita para matar a minha sede.

Ulisses Araújo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Um lugar...

O lugar que eu vou descrever é um sítio muito agradável, sossegado e estupendo.
Nesse lugar há um rio que atravessa duas pequenas cascatas e passa sob uma ponte de baixa altitude. No fundo desse rio o solo é rochoso e abundam seixos de vários tamanhos. Sobre o rio há também um grande arvoredo com esplendorosas árvores. Neste glaciar de maravilhas existe também uma obra-prima da natureza, uma espécie de praia formada por pedras, e um grande terreno coberto de relva verde e magnífica.
Este lugar está cheio de melodia, pois ouve-se o chilrear das várias espécies de pássaros, ouve-se uma afinadíssima melodia formada pela água a deslizar por entre as rochas que formam as cascatas naturais e ouve-se o som do vento a trespassar por entre as belas folhas do alto das árvores.
A água deste lindíssimo rio é fria, mas límpida… suave como a pele de um bebé… e os grandes troncos das árvores que o cobrem são ásperos e rugosos, os seixos são lisos como mármore polido e a relva é calmante ao passar por entre os nossos dedos.
O ar deste lugar está impregnado de um forte odor natural, purificador do nosso organismo.

Eduardo Novo, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Vila Praia de Âncora

Era um lugar magnífico, uma bela praia situada em Vila Praia de Âncora. Assim que cheguei a esse lugar, olhei em volta e vi o mar azul-escuro e brilhante, com o sol a bater na água, e também vi a areia clara e amarelada.
Aproximei-me mais do mar, olhei para a areia e vi muitas conchas, búzios e algumas algas. No mar vi rochas enormes e as ondas azuis e brancas. De seguida toquei na areia e senti que era lisa e macia… até dava vontade de estar a tocar-lhe durante segundos, minutos ou horas.
Ao longe avistava pessoas a caminhar na praia… sabe mesmo bem levar com o sol no corpo e com o vento na cara.
A praia costuma estar calma nestes tempos, mas no Verão está sempre cheia de gente. O mar costuma estar agitado, o que é bom para quem gosta de apanhar ondas com a prancha. Olhei para o céu e vi muitas gaivotas a voar.
Chegou então a altura de comer a peça de fruta. Eu escolhi uma maçã, trinquei-a, saboreei-a e fiquei ali a pensar como uns momentos passados na praia podem ser tão agradáveis.

Beatriz Caçador, 6.ºB (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Carta a Tristão

Cornualha, 22 de Fevereiro de 2011

Meu amor,

Morro de saudades tuas. Espero que estejas bem, a viver com as condições necessárias. Eu estou de rastos... Estou tão infeliz! Sem ti aqui ao meu lado, a minha vida é um buraco sem fim.
Se não voltares rapidamente, vou acabar por morrer aos poucos. Eu não sou feliz ao lado do Rei Marco, eu sou feliz a teu lado.
Gosto tanto de relembrar o dia em que te encontrei na Irlanda. Foi o dia mais feliz da minha vida! Passado umas semanas voltámos a reencontrar-nos, mas não da melhor forma. Casei com o Rei Marco e durante um pequeno período encontrámo-nos às escondidas. Era tão bom que isso tivesse continuado, não era? Espero que saibas o quanto eu te amo. Nunca senti uma coisa igual por ninguém. Quero convencer-me que isto é o fim, mas não consigo.
Um beijo cheio de amor de

Isolda (Cristiana Lima, 6.º B, E.B. de Vila Praia de Âncora)

Carta a Isolda

Viana do Castelo, 22 de Fevereiro de 2011

Minha querida e amada Isolda,

Com a nossa separação, tenho estado só, aqui, em Portugal. Sem o nosso amor não sou nada, sinto que não sou ninguém, sou apenas um pobre espantalho com o coração exilado na escuridão. Sem o nosso amor serei o homem mais infeliz do mundo!
Espero que nos encontremos depressa, senão morrerei sem o teu amor.
Um grande beijo de

Tristão de Aragão (João Fão, 6.º B, E.B. de Vila Praia de Âncora)

Carta a Tristão

Vila Praia de Âncora, 22 de Fevereiro de 2011

........Meu amado Tristão,

........Por muito longe que estejas, estou sempre a pensar em ti. E sei que não é fácil estares sem a pessoa que amas.
........Aqui, em Vila Praia de Âncora, a vida é calma. Lamento que aí a vida seja tão agitada, pois há muitas batalhas.
........O rei Marke não me deixa sair de casa. Estou enclausurada. Aí a vida é muito mexida, não estás preso. E não tens que dormir e respirar junto a uma pessoa que não amas.
........Espero que um dia isto possa mudar e que possa ficar para o resto da minha vida com a pessoa que amo. Espero também que estejas bem.
........Só te queria dizer que não aguento muito mais assim, estou prestes a dizer tudo a rei Marke, o que sentimos um pelo outro…
........Manda notícias.
........Tenho muitas saudades e espero que me ames profundamente!!!!
........Da tua

Isolda (Johanna dos Santos, 6.º B, E.B. de Vila Praia de Âncora)

Carta a Isolda

Cornualha, 22 de Fevereiro 2011

Minha querida Isolda,

Espero que estejas bem. Tenho muitas saudades tuas. Aqui cada dia é um tormento, sem ti e sem o teu cheiro, que me hipnotiza a cada minuto. A noite é a pior parte, pois estou sozinho e gelado. A alimentação nem é muito má, pois vou comendo o que caço. Mas às vezes encontro-me a falar sozinho... Não sei se consigo viver mais assim, longe de ti.
Espero voltar a sentir os teus lábios e a tocar no teu cabelo, loiro como fios de ouro, olhar nos teus olhos azuis como a cor do céu, límpido e belo.
Um beijo e abraços do teu amado
.
Tristão (de Aragão)
[Eduardo Novo, 6.ºB, E.B. de Vila Praia de Âncora]

Carta a Tristão

Cornualha, 22 de Fevereiro de 2011

Querido Tristão,
Desde que partiste que tenho vivido com muita amargura.
O meu mundo passou a ser preto, os meus sonhos tornaram-se pesadelos. O meu coração está partido. Já não há sol para iluminar a minha vida.
Tristão, por favor, volta depressa. Não consigo mais viver sem ti.
Nunca te irei esquecer.
Um beijo de

Isolda (Ana Claúdia, 6.º B, E.B. de Vila Praia de Âncora)

domingo, 13 de março de 2011

O amor

O cavalo branco galopou, galopou, galopou até chegarem ao fim da montanha. Os namorados, assustados, olharam para baixo e avistaram as terríveis ondas do mar a bater nas rochas pontiagudas. Ficaram petrificados. Não tinham por onde fugir. Então, o cavalo teve uma bela ideia. Saltar. A única oportunidade de sobrevivência. O príncipe estava com muito receio que se afogassem, mas, como não queria ser um homem morto, sem tentar as opções de fuga, concordou com a menina e com o lindo animal.
Enquanto caíam, arrependeram-se, todos menos o Maximus, o cavalo branco, com a alcunha de Max ou Maxi. “Puf...”. Já na água, o feiticeiro observou a cena toda através da bola de cristal e lançou uma onda gigantesca. A onda aproximara-se deles e trouxe-os, de volta, para a montanha. O mar tinha ondas cada vez mais aterradoras. A única opção era serem engolidos pela boca enorme. Pensaram, pensaram, pensaram e... nada. A menina gritou:
– Adeus, meu príncipe. Vemo-nos no Céu. Onde não há fins, mortes, desgraças e... feiticeiros, mas sim paz e alegria.
– Adeus, meu amor. Nunca esperei este dia, mas, se o estou a passar, ainda bem que é contigo – declarou o príncipe à menina.
Deram as mãos um ao outro e atiraram-se para o buraco infinito, juntamente com o Maximus.
Se alguém ler esta história espero que aprendam que, às vezes, fazemos tudo, mas mesmo tudo por uma pessoa e para ficarmos com ela.

Marisa Esteves, 6.ºB (E.B. de Vila Praia de Âncora) [recriação da fuga do cavaleiro e da menina, na Lenda da Boca do Inferno, de José Viale Moutinho]

sábado, 5 de março de 2011

O Encontro

O cavaleiro subiu até ao ponto mais alto e tenebroso do castelo. Com receio do que poderia acontecer, enfiou a chave na fechadura, rodou-a lentamente e, quando abriu a porta…, deparou-se com a jovem mais bela que ele alguma vez vira. A jovem tinha cabelos castanhos como o chocolate, olhos brilhantes, lábios vermelhos como o coração que naquele preciso momento palpitava sem parar de amor pela jovem. A jovem encontrava-se num canto, a chorar. O cavaleiro quis tocar-lhe, mas ela impediu-o com um movimento suave, mas determinado, com raiva por a terem deixado ali durante horas, dias, semanas, anos… de pura e eterna solidão. E a rapariga só lhe disse:
– Se me vens bater, como todos os outros, mata-me de uma vez! Seria tudo muito mais fácil, menos doloroso. Se vocês querem vingar-se da raiva que tenho por aquele homem maléfico, matem-me!
O cavaleiro, comovido com as palavras da jovem, disse-lhe:
– Calma! Não te quero bater, muito menos matar. Como é que eu conseguiria matar uma jovem tão bela, como tu?
Ela afastou o olhar e respondeu-lhe:
– Não acredito!
– Acredita! – retorquiu o cavaleiro. – Eu sou um homem de palavra.
Ela olhou-o fixamente e disse com um sorriso:
– Sabes, eu tenho um dom, consigo sentir o palpitar do coração das pessoas e perceber o seu sentimento. O teu, por exemplo, é o sentimento do Amor, está perdidamente apaixonado por alguém.
– Sim, é por ti! – sussurrou o cavaleiro.
Os olhos dela brilhavam cada vez mais e, num gesto lento, beijaram-se suavemente. A partir daquele dia qualquer pessoa que ouvisse esta lenda conseguiria sentir o Amor eterno daqueles dois.

Cristiana Lima, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)
[recriação do encontro do cavaleiro e da menina, na Lenda da Boca do Inferno, de José Viale Moutinho]

quinta-feira, 3 de março de 2011

E se de repente caíssemos no século XV... [2.º episódio]

Muito preocupados por a máquina não estar do nosso lado, desta vez tentámos fazer as coisas com mais calma, mas não deu resultado. Pois, com muito azar, fomos parar à armada de Pedro Álvares Cabral, pronto para descobrir o Brasil. Todos caímos na nau onde ia Pedro Álvares Cabral, menos a professora Susana Pinto e o professor Luís Rêpas. Eles foram cair mesmo na nau ao lado. Ainda estou para descobrir porque é que eles foram cair ali. Nós costumávamos cair sempre juntos.
– Mas que susto que me pregastes. Que fazeis aqui? – questionou Pedro Álvares Cabral com voz grossa.
– Desculpe – respondeu o Ricardo, atemorizado –, não foi com intenção. Na realidade nós também não queríamos estar aqui. Viemos parar aqui por causa de uma máquina estúpida.
Enquanto o Ricardo e o João acabavam de explicar o que se tinha passado, o professor e a professora estavam a tentar vir para a «nossa» nau.
– Olhe, desculpe, podia aproximar mais um pouco a nau para junto da nau de Pedro Álvares Cabral, para nós podermos passar para ela? – perguntava a professora Susana Pinto.
– Com certeza menina! – respondeu o marinheiro com voz espessa. A nau aproximou-se e o professor foi o primeiro a saltar para a nau do capitão. Assim que se encontrou do nosso lado, virou-se e ajudou a professora. Como sabem, o professor é um grande cavalheiro.
Como Pedro Álvares Cabral nos achou muito úteis, pôs-nos todos a trabalhar, incluindo os professores, mas para eles os trabalhos eram mais árduos, pois eles eram adultos.
No dia seguinte, pela manhãzinha, esgueirámo-nos silenciosamente e lá estávamos todos, de novo, a carregar nos botões.

(continua)

Ana Sousa, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quarta-feira, 2 de março de 2011

E se de repente caíssemos no século XV... [da Soraia]

Estava eu deitada na minha cama quando, de repente, senti o meu corpo mover-se estranhamente. Era como um sonho, só que com formas reais. Dei por mim junto de pessoas estranhas na sua forma de vestir e de falar, tinham roupas muito vistosas, como se estivesse na Idade Média.
Encontrando-me entre a multidão, mais parecia estar a assistir a uma missa, junto a uma ermida. Olhando melhor consegui distinguir o que para mim seriam membros da realeza, o que me levou a crer que seria uma cerimónia muito importante. Ao fim de algum tempo comecei a conseguir entender o português que ali se falava; uma das coisas que mais se ouvia entre a multidão era o nome de Pedro Álvares Cabral: “Viva Pedro Álvares Cabral”.
Foi então que tudo se clarificou na minha mente, estava em finais do século XV, na cerimónia da partida da armada portuguesa que se iria dirigir à Índia, comandado pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral.
De onde eu me encontrava, ao fundo, via um rio bastante largo que, suponho, seria o Tejo. E lá estavam muitas embarcações. Conseguia distinguir nove naus, três caravelas, uma naveta e outras pequenas embarcações à volta.
De repente a multidão começou a movimentar-se no sentido do rio e eu perguntei a um homem para onde se dirigiam:
– Para onde vão todos?
– Vamos à doca, menina, ver a partida das nossas naus, que, se Deus quiser, chegarão à Índia.
E eu acompanhei a multidão até às docas. No caminho perguntei a uma senhora com um aspecto distinto, muito elegante:
– Que dia é hoje, minha senhora?
– Nove de Março de 1500.
– Muito obrigada, minha senhora.
– De nada.
Estava um lindo final de tarde com um pôr de sol maravilhoso. As naus pareciam navegar lentamente em direcção ao sol e, de repente, o brilho tornou-se tão forte que, por momentos, tive de fechar os olhos. Quando os abri apercebi-me que estava de novo no meu quarto e era como se nada disso se tivesse passado.

Soraia Gravato, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)

Um minuto para a meia-noite

Joe Carrot

Tudo começou quando um casal bateu à porta do seu escritório e perguntou se ele acreditava em bruxas, porque uma bruxa chamada Rapina andava a assombrar-lhe as colheitas. Joe Carrot, que era um coelho muito intrometido e também um grande detective, não ia acreditar que se tratava de uma bruxa. Ou será que sim…? Será que é mesmo uma bruxa que anda a danificar as colheitas? Eu acho que não, mas descobre tu a causa do problema… Acho que vai valer a pena!

Miguel Amorim, 6.º B (E.B. de Vila Praia de Âncora)