terça-feira, 23 de março de 2010

Texto Colectivo

Naquele dia o ar estava gélido e o vento soprava em redor da aldeia. Ouvia-se o uivar dos lobos entre os muros e passos sobre a neve.
Margarida era alta, tinha cabelos encaracolados como as ondas do mar e olhos verdes como esmeraldas. Todos os dias subia a montanha íngreme, com as mãos dormentes, para chegar a casa. Caminhava sozinha, vencendo o medo na companhia do seu cão Max.(1)
Max era um cão muito bonito, branco como a neve, e muito brincalhão também. Sempre que Margarida subia aquela montanha íngreme, Max tentava animá-la, para que não lhe custasse tanto.
Assim que começava a ver a sua casa, lá ao longe, Margarida parecia ganhar um novo ânimo e o seu companheiro de caminhada saltitava de felicidade, à volta das suas pernas, esquecendo o cansaço.(2)
Margarida subiu a montanha, uma vez mais, com o seu fiel cão. Estava toda satisfeita porque no mercado comprou a mercearia que a sua mãe lhe pedira e ainda sobrou dinheiro para umas bolachas tão crocantes e tão saborosas que nem pensou duas vezes… comprou e mais nada.
Chegaram, finalmente, ao cume da montanha íngreme e entraram em casa.
– Mãe, cheguei! – gritou a Margarida. – As compras estão em cima da mesa.
A mãe respondeu:
– Ok querida, podes ir brincar.(3)
Margarida foi brincar com o Max, que estava muito entusiasmado, porque depois daquela longa caminhada sabia bem ir brincar um bocado. A menina começou por atirar um pau ao Max para ele o ir buscar, só que, por vezes, Max não o fazia… em vez disso saltava, alegremente, para cima de Margarida. E Margarida caía... e ambos, um sobre o outro, desatavam a rebolar na gélida neve. (4)
A determinada altura, Margarida voltou a atirar o pau com toda a sua força e Max começou a correr procurando-o no meio dos arbustos. Passados dez minutos, como achou estranho Max ainda não ter aparecido, Margarida decidiu ir procurá-lo e acabou por se perder. Estava um frio tremendo e, em pouco tempo, Margarida encontrou-se debaixo de um forte nevão, sem ter um abrigo seguro para se proteger. A sua mãe estranhou a demora e ficou preocupada… (5) A mãe procurou-a por todo o lado e, à medida que se ia apercebendo que Margarida estava desaparecida, a sua preocupação aumentou e começou a sentir-se mal.
Margarida só pensava em sair dali e nem reparou que, por vezes, tinha um pouco de rede no telemóvel e que, entretanto, tinha recebido uma mensagem. Só quando ouviu o sinal sonoro de uma segunda mensagem é que notou que as tinha recebido e foi logo ver. A primeira mensagem dizia que a sua mãe tinha tido um enfarte, por se ter preocupado, e que estava no hospital.
A segunda mensagem dizia que a sua mãe tinha cancro no Colo do Útero. Margarida começou a pensar: "E agora, o é que eu vou fazer? Primeiro tenho de sair daqui e depois tenho de ir ver a minha mãe". Pensou, pensou, até que decidiu: "Já sei o que tenho de fazer. Tenho de assobiar e o Max vem buscar-me". Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuu! "Agora só tenho que esperar!"
Passaram alguns minutos até que Margarida ouviu algo. "Será que é o Max?", pensou ela. Não, era só o vento.
Passaram dois minutos e, por fim, Margarida vê uma pata a enfiar-se na neve. Agora sim... era o Max! Margarida começou a dizer:
– Escava Max, escava!
Max, ao ouvi-la, começou logo a escavar mais depressa e a abanar a cauda.
Num instante Margarida e Max estavam no hospital. O médico disse que o enfarte tinha sido só um susto, mas ainda teriam de falar sobre o cancro. A mãe de Margarida precisava de alguém que a ajudasse no dia-a-dia. (6)
Então, Margarida procura um médico para saber mais informações sobre o cancro da mãe. Assim que o encontrou, ele disse-lhe:
– Senta-te aqui ao meu lado que eu vou dizer-te o que é que a tua mãe vai ter de fazer para recuperar.
– Está bem – respondeu ela.
– Por agora ela vai ter de ser ligada às máquinas. Mas não te preocupes, porque vai correr tudo bem.
– Está bem – repetiu Margarida preocupada. Na verdade, não conseguia pensar em mais nada para dizer. Faltavam-lhe as palavras. O médico afagou o braço de Margarida e afastou-se devagar. Margarida dirigiu-se lentamente ao quarto da mãe e disse-lhe:
– Agora tenho de ir para casa, volto amanhã bem cedo.
Margarida subia aquela montanha gélida, muito triste, mas, como sempre, Max tentava animá-la com as suas brincadeiras.
– Ufa! Finalmente cheguei a casa. Que dia! Estou completamente cansada.
Margarida comeu e foi-se deitar. (7)

(1) Sofia Alves; (2) Miguel Amorim; (3) João Fão; (4) Ulisses Araújo; (5) José Araújo; (6) Eduardo; (7) Beatriz.
(A Beatriz cumpriu a sua parte. E agora, alguém quer continuar o texto? Só tem de escrever e mandar para o e-mail do costume...)

2 comentários:

  1. Escrever é, sem dúvida, uma "viagem" extenuante, mas gratificante!

    ResponderEliminar
  2. o professor disse que eu criei um novo suspanse para a estoria

    ResponderEliminar