sábado, 31 de julho de 2010

Um verdadeiro amigo

Um dia o menino foi visitar o pequeno pintassilgo e reparou que ele tinha uma ferida na asa. Subiu para a copa do cedro para ver se avistava alguma águia ou algum falcão. Por sorte viu uma águia e gritou-lhe a pedir ajuda. A águia, com o seu forte sentido auditivo, respondeu logo ao pedido de ajuda e perguntou:
– Quem me chama?
– Eu… um pequeno rapaz com um pintassilgo ferido na copa do cedro mais próximo – respondeu o rapaz.
A águia dirigiu-se a eles e a meio do caminho encontrou um pintassilgo morto ou, mais correctamente dizendo, uma pintassilgo morta.
E trouxe o pintassilgo para mostrar. O rapaz reconheceu logo que era a mãe do pequeno pintassilgo. Então o rapaz, zangado, disse:
– Leva-me lá para baixo e espera por mim à porta da minha casa.
O rapaz desceu, entrou em casa pegou em hortelã, malagueta e noz-moscada, misturou tudo e veio cá para fora. E disse à águia para o levar novamente lá para cima, mas a águia perguntou-lhe o que era aquilo e ele respondeu que era uma poção mágica. Entretanto lá foi ele lá para cima e ressuscitou a mãe pintassilgo e curou o bebé.
A mãe pintassilgo agradeceu-lhe e disse-lhe que quando ele precisasse que o ajudava.
É como se vê: quando alguém ajuda um amigo, um dia, o amigo ou outra pessoa pode ajudá-lo também.

Ulisses Araújo (E.B. de Vila Praia de Âncora)

E não se esqueçam que os amigos são como as estrelas; mesmo quando não as vemos, sabemos que elas lá estão...
Um amigo

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Saudades / Escola

O Diogo dá uma série de bons conselhos num poema em que aborda a saudade de uma forma muito pessoal...

Eu tenho saudades...
Saudades do meu tio
Que mora no Canadá
E tem uma casa à beira-rio.

Agora estou na escola,
Mas quando ela acabar
Nas férias terei de estudar.

Sinto muito a falta do meu tio
Mas quando ele regressa
Dá-me muita alegria...
E fantasia!

E não se esqueçam:
A escola é um lugar
Em que é preciso estudar
Para no final passar.

Diogo Brás (E.B. de Vila Praia de Âncora)

sábado, 17 de julho de 2010

Feira Medieval de Caminha (22 a 25 de Julho de 2010)

A Feira Medieval animará o centro histórico de Caminha de 22 a 25 de Julho.
A Feira Medieval de Caminha integra as comemorações da outorga do Foral a Caminha, em 1284, pelo rei D. Dinis.
Os trajes, a gastronomia, a animação, a música, a dança, os espectáculos equestres, o teatro, os desportos e outras práticas da época medieval estarão de regresso a Caminha. Durante os quatro dias de feira, os visitantes, como que por magia, têm a oportunidade de conviver com as figuras mais tradicionais de outros tempos, podendo entrar activamente no espírito da festa, envergando as roupas tradicionais, participando nas brincadeiras e animando o espaço da feira.
"Entre na Máquina do tempo e faça uma viagem pela Feira Medieval de Caminha" - é o desafio lançado pela Câmara Municipal de Caminha.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sonhar

Sonhar com um beijo
foi um desejo
e ao ver-te a dançar
não consegui estudar.

A nossa amizade
atinge o fim
com piedade,
isso sim.

E esse doce sabor,
leve como um lenço,
ficou na dor
assim suspenso...
Sofia Alves (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Faleceu Matilde Rosa Araújo I

Lembras-te deste texto? Apareceu no teu primeiro teste de Língua Portuguesa do 5.º ano. A sua autora faleceu. Vale a pena relê-lo de novo, em sua memória e, depois, também vale a pena ler o texto do Eduardo, inspirado neste.

Os dois irmãos sabiam que há muito tempo a casa estava abandonada. E olhavam-na, de longe, com encanto.
– Maria! Se lá estivesse um tesouro…?
– Um tesouro…?! Tu disseste um tesouro, Joaquim?! – Ouvi dizer que naquela casa havia um tesouro escondido...
Maria olhou o irmão com os olhos a brilhar. A brilhar muito. Os olhos de Maria eram muito lindos, porque estavam cheios de sonho.
O que é um tesouro? Muito ouro? Muita prata? Brilhantes? Safiras cor de mar? Esmeraldas verdes como uma árvore jovem sobre a água?
Talvez estrelas, até. Estrelas que pudessem caber nas nossas mãos sem nos queimarmos. Pérolas brancas de leite para um lindo colar...
E Maria pediu ao irmão:
– Vamos lá ver, se há um tesouro, vamos?
– Nós?
– Então... não queres?!
– Se quero!...
– Mas não haverá mal? A nossa mãe...
«... E o nosso pai...» – pensou Maria.
Mas os olhos de Maria poisavam nos de Joaquim. E os de Joaquim – tão lindos, também! – nos de Maria.
E um sonho no meio deles – o tesouro!
Maria e Joaquim não acreditam em bruxas nem em fadas. Nem em dragões. Mas ainda acreditam em tesouros!
E deram a mão um ao outro. E saíram, devagarinho, em silêncio, até à velha casa.
Esta ficava no meio de um bosque, abandonada.
Ambos estavam receosos. Não é vergonha ter medo. O medo é tão natural como a coragem. A alegria da coragem. Vergonha é não vencer o medo, quando o devemos vencer.

Matilde Rosa Araújo, O Sol e o Menino dos Pés Frios, Livros Horizonte

Esta foi a continuação que o Eduardo propôs para o texto de Matilde Rosa Araújo:

E lá foram os dois em busca do tesouro escondido.
– Ó Joaquim, não achas melhor levar duas lanternas? – perguntou a Maria.
– Sim, acho – respondeu o irmão.
Quando eles lá chegaram viram espelhos partidos, paredes rachadas, telhas soltas e muitas mais coisas. Entraram porque viram algo a mexer-se e, cheios de curiosidade, quiseram ver o que era. Mal entraram a porta fechou-se e eles assustaram-se.
– O que foi isto? – perguntou o Joaquim.
– Não sei – respondeu a irmã.
Eles viram um baú enorme e quiseram saber o que tinha dentro. Abriram-no e saiu de lá uma múmia. O Joaquim e a Maria começaram a correr e a gritar. Atrás deles vinha a múmia e eles entraram num quarto.
– Foi por pouco! – exclamou Maria.
Nesse instante a múmia começou a bater na porta.
– Fecha! Fecha! – gritou ela. Mas nesse quarto estava um fantasma.
– Abre! Abre! – gritou a Maria outra vez.
Por momentos conseguiram fugir do fantasma e da múmia. No entanto, a múmia voltou a aparecer e começou a chamar por eles. Quando a múmia os apanhou eles acordaram e a mãe deles dizia: “É só um sonho, calma!”.

Eduardo Novo (Novembro de 2009)

Faleceu Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo (nasceu em 1921 e morreu em 6 de Julho de 2010) foi uma das maiores escritoras portuguesas de literatura infantil. Foi professora (leccionou o primeiro Curso de Literatura para a Infância), mas destacou-se, sobretudo, como autora de livros de contos e poesia para adultos e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças.
Entre as suas obras, destacamos as seguintes:
O Livro da Tila (1957)
O Palhaço Verde (1960)
O Sol e o Menino dos Pés Frios (1972)
O Reino das Sete Pontas (1974)
As Fadas Verdes (1994)





















Matilde Rosa Araújo recebeu os seguintes prémios no domínio de Literatura para a Infância:
- Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian;
- Em 1991, recebeu o Prémio para o Melhor Livro Estrangeiro da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo, Brasil, pelo livro O Palhaço Verde.
- Em 1996, recebeu o prémio para o melhor livro infantil, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo seu trabalho As Fadas Verdes (livro de poesias).

Matilde Rosa Araújo, em 2003, foi condecorada, pelo Presidente Jorge Sampaio, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.Dedicou, ainda, parte da sua vida aos problemas da criança e à defesa dos seus direitos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ternura

Ternura, minha ternura,
onde está a tua morada?
Ternura do meu coração,
de tanto procurada.

Deves estar na amizade,
na alegria, no amor,
no coração...

Onde estás tu?
Ternura da minha paixão.

Eu chamo por ti,
preocupo-me contigo,
mas, no final de tanta preocupação,
ninguém me responde.

Já tenho saudades tuas,
de tanto te procurar,
à luz do luar.

Onde estás tu?
Ternura da minha paixão.

Ontem sonhei contigo,
no meu sono profundo.
O meu sonho será realidade?
Ou não...

Marisa Esteves (E.B. de Vila Praia de Âncora)

sábado, 3 de julho de 2010

Uma Sereia que se perdera pelo caminho

No outro dia estava a cavalgar, na praia, quando vi, lá longe, uma cauda estranhíssima e então fui até lá. Ao aproximar-me comecei a ver que aquela cauda pertencia a uma sereia que estava magoada.
Cheguei perto dela e perguntei-lhe:
– Olá! O que tens?
Depois desta pergunta ela, assustada, disse:
– Eu… eu… fui atacada por um tubarão. Ele queria comer-me e eu comecei a fugir. Algum tempo depois, quando ele estava quase a apanhar-me, eu vim para a superfície e ele ferrou-me a cauda com os seus dentes afiados. Agora já não consigo nadar!
Ao ver isto levei-a para casa. Mas, como eu não tinha contado nada aos meus pais, tive de a esconder no meu quarto durante algum tempo. Depois comecei a pôr-lhe gesso na cauda para ver se a ferida passava. Mas não passou. Então eu perguntei-lhe se ela sabia o que a podia curar. Ela disse que sim, mas também disse que não sabia como se chamava a erva. Depois de ma descrever, lá percebi do que se tratava. Então ela pediu-me que lhe arranjasse dez pedaços dessa erva molhada, que isso ia curá-la e eu lá fui. Quando voltei ela disse-me:
– Nós ainda não nos apresentámos.
– Pois não – respondi eu.
Ela é que começou a apresentar-se e disse que o seu nome era Leonor e que tinha dez anos de idade. Depois fui eu que me apresentei. Disse-lhe que me chamava Rita e, curiosamente, também tinha dez anos de idade. No dia seguinte ela já estava muitíssimo bem e eu voltei a levá-la para onde ela estava. Antes de ir embora, ela deu-me um colar que dava muita sorte.
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Rita Guimarães (E.B. de Vila Praia de Âncora)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A neve

Uma bola de neve caiu,
caiu no meu jardim,
magoou o meu coração
sem ter dó nem perdão.

De quem é este poema? Quem o entregou esqueceu-se de o assinar.

O Outono

O Outono chegou,
e com ele a dor, o frio
e também o vento
que nos fazem sofrer cá dentro.

De quem é este poema? Quem o entregou esqueceu-se de o assinar.

Sonhar

Eu gosto de sonhar.
Sonhar traz-me ilusões.
Ao sonhar imagino coisas impossíveis…
impossíveis de concretizar.

Às vezes sonho que sou uma princesa
e caso com um príncipe.
Mas tudo isso não passa de ilusões
que nós às vezes temos.

Mas…
sonhar é diferente, não são ilusões
que se criam na nossa cabeça!
É pensar no amor, na amizade, na vida para além da morte.

Sonhar faz bem,
ninguém vos pode impedir de sonhar
seja o que for, por isso…
Sonhar é liberdade!

Podes ser livre se…
Sonhares!

Cristiana Lima (E.B. de Vila Praia de Âncora)
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Leiam outra vez e sonhem, sonhem muito...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

À descoberta do mar

O mar é longo e profundo,
é vida que nunca mais acaba,
é onde há mais esperança
e as ondas atingem
o nosso coração…

O som do mar é música
para os nossos ouvidos.

Transmite emoção
para todos nós, e faz-nos
lembrar o passado vivido.

Ana Cláudia (E.B. de Vila Praia de Âncora)
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A Ana redigiu mais um poema para despertar os nossos sentidos... Leiam duas vezes porque vale a pena.